segunda-feira, 6 de julho de 2009

Petrus cabreiro em fuga



Aqui vai a minha contribuição para a história das aventuras do nosso muito amado escritor Petrus Scott Johnsonn. Acrescentei-lhe o nome Petrus (Pedro/Pedra, Calhau) para o tornar mais pessoal, mais próximo, pois Scott e Johnson são apelidos. Geralmente as pessoas vaidosas é que usam só os apelidos. Entre outras coisas, o uso apenas dos apelidos não nos permite saber se estamos perante uma personagem masculina ou feminina.


O escritor Petrus Scott Johnsonn, nos últimos tempos, tem manifestando descontentamento com a vivência no mundo capitalista, porém mais recentemente acentuou-se a sua desilusão e desencanto com os excessos do capitalismo transformado em neoliberalismo predador da riqueza dos povos, que deveria servir para prover as necessidades de toda a humanidade, pelo menos com um mínimo de decência e dignidade. Desencantado Petrus, teve a ideia de se refugiar na brilhante Serra da Estrela. Se bem o pensou melhor o fez! Para se ocupar e ao mesmo tempo adquirir experiência e, quiçá, matéria para mais um relato das suas intermináveis aventuras, decidiu tornar-se pastor. Pastor de cabras. A cabra é além do mais um animal muito bonito, alegre e, segundo a mitologia, está associado aos faunos, ao deus Pan, e ao próprio Diabo. O Diabo que, como é manifesto, é amigos dos pobres e dos desfavorecidos e, portanto, não vai à missa dos neolibaralistas nem se passeia entre os seus anafados deuses. A vida de pastor, que a Petrus Scott se afigurava idílica e feliz, a breve trecho,tornou-se um inferno, pois o amo, pôs Petrus a viver permanentemente com o rebanho - e a dormir no redil - a comida era pouca e de má qualidade. Petrus passou a ter que partilhar as mamas das cabras com os cabritos. Quando, certo dia, pediu ao amo algum dinheiro, para matar saudades de beber uma cervejita, a resposta que obteve foi uma barrigada de porrada! Exactamente, porrada, com um porreto ou varapau! É claro que o estado de ânimo de Petrus S. Johnsonn não podia ser pior. "Este mundo é mesmo cão", pensava e repetia de si para si vezes sem conta. "Vivemos num mundo cão!" A única solução que Petrus vislumbrava para o seu futuro imediato era fugir dali. Mas fugir para onde? interrogava-se, ainda por cima sem dinheiro e sem quaisquer condições materiais e não conhecia ninguém, nas imediações, a quem pedir ajuda! Apesar da situação deplorável em que se encontrava o nosso escritor não perdeu o sentido de humor e tentou convencer-se que o melhor sítio para onde poderia fugir era para Raiva! Bastava-lhe descer o vale do Rio Mondego e, assim conjugaria o seu estado de espírito com o nome do sítio! Contudo, pensando mais demoradamente no assunto, concluiu que, deveria era fugir para Picha; ali para os lados da Serra de Sicó, onde também se faz bom queijo e melhor vinho! Sim, fugir para picha, porque não conhecia nenhum lugar chamado Caralho. Se conhecesse era para lá que fugiria. Bem, mas pelo menos iria para um sítio cujo nome é sinónimo do "pai da gente", razoneava Petrus com os seus botões. Mas, há sempre um mas a considerar, se fugisse para Picha, os seus amigos - e os inimigos - poderiam levantar dúvidas sobre a sua orientação sexual. Dúvida caluniosa. É que a calúnia é como a poeira, quando levanta não deixa ver bem e, quando pousa, suja! Todavia, todavia, Petrus encontrava sempre mais un senão nas suas escolhas: para qualquer destes lugares tinha que ir a pé! Foi então que o seu cerebrozinho começou a flashar com uma ideia luminosa: tinha encontrado a solução! Abandonar aquela vida de cabreiro e fugir para Puta que Pariu, é que para este lugar até podia ir de autocarro! Na noite seguinte, enquanto as cabras ruminavam, o amo dormia e os cães ladravam, Petrus Scott, escapoliu-se do redil e tomou o autocarro para Puta que Pariu:




(Walter A. Silva)

Sem comentários:

Enviar um comentário